O nomadismo digital tem se tornado cada vez mais popular nos últimos anos, especialmente entre jovens profissionais, trabalhadores autônomos e empreendedores. Existem várias razões para isso: as principais são a liberdade “o mundo” de possibilidades que o nomadismo digital oferece. 

Ao trabalhar remotamente, os nômades digitais podem ter um estilo de vida mais livre e independente, sem estar limitados a um único local ou horário. Eles podem viajar pelo mundo, experimentar novas culturas e conhecer novas pessoas, enquanto mantêm seu trabalho e sua fonte de renda.

A tendência é que mais e mais profissionais sejam atraídos por modelos de trabalho que permitam que sua função seja executada de forma remota e com liberdade geográfica. 

Mas, será que as empresas estão preparadas para essa possibilidade? O que o RH precisa fazer para ajudar nessa adaptação? As respostas estão neste conteúdo. Acompanhe!

O que é o nomadismo digital?

O nomadismo digital é o termo que identifica pessoas que trabalham de forma remota, muitas vezes viajando pelo mundo enquanto realizam suas tarefas diárias. Esses nômades digitais têm a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar do globo, desde que tenham um dispositivo à mão e conexão com a internet. 

O surgimento do nomadismo digital está diretamente ligado à evolução da tecnologia e às mudanças no mercado de trabalho. Com o avanço da internet, o aumento da conectividade global e o crescimento do trabalho remoto devido à pandemia, as barreiras físicas para o trabalho foram reduzidas, permitindo que mais pessoas trabalhem remotamente. 

Outra razão para o crescimento do nomadismo digital é a necessidade de equilibrar trabalho e vida pessoal. Muitas pessoas estão procurando maneiras de conciliar suas carreiras com outras prioridades, como família, hobbies, saúde e bem-estar. 

Essa liberdade permite, ainda, que essas pessoas tenham mais controle sobre seu tempo e estilo de vida, permitindo que elas se dediquem a outras áreas que também consideram importantes.

Se você ainda tem dúvidas se esse é um movimento temporário ou se realmente veio para ficar, veja só os dados divulgados no Relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen: em média, 35 milhões de pessoas já se identificam como nômades digitais, e o número pode chegar a 1 bilhão até 2035.

Quais são os impactos do nomadismo para as empresas?

No contexto das empresas, o nomadismo digital já está mudando e tem potencial para transformar ainda mais a forma como os funcionários trabalham. 

Levando esse cenário em consideração, muitas empresas já oferecem opções de trabalho remoto, permitindo que os funcionários trabalhem de qualquer lugar do mundo, desde que cumpram as responsabilidades definidas no contrato. 

‍A questão é simples: muitas organizações começaram a reconhecer a importância de oferecer opções de trabalho remoto para atrair e reter talentos. 

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Muitas empresas estão adotando modelos híbridos, em que os funcionários têm a opção de trabalhar de casa ou no escritório. Algumas empresas também oferecem a possibilidade de os funcionários tirarem um tempo sabático após alguns anos de trabalho, permitindo que eles explorem o mundo enquanto mantêm seus empregos.

Outra tendência em empresas que estão abrindo suas portas para nômades digitais é a possibilidade de trabalhar em escritórios em diversas partes do mundo. Algumas empresas possuem escritórios em diferentes países, o que permite que os funcionários trabalhem em locais diferentes, mantendo o acesso à infraestrutura da organização. 

Para as empresas brasileiras, o nomadismo digital pode ser uma oportunidade de atrair talentos de todo o mundo, reter talentos nacionais e expandir sua presença global. 

No entanto, ainda existem muitas empresas que não estão preparadas ou não veem a contratação de nômades digitais como uma opção interessante para o seu negócio. A prova disso? 

As vagas remotas estão diminuindo. De acordo com dados do LinkedIn Economic Graph, em fevereiro de 2023 quase 25% das vagas remuneradas publicadas na rede traziam a possibilidade de trabalhar remotamente, uma porcentagem 14% menor quando comparada a fevereiro de 2022.

Algumas empresas ainda valorizam a presença física dos funcionários no escritório e têm dificuldades para gerenciar equipes remotas. Uma outra preocupação recorrente está relacionada à segurança e à privacidade dos dados quando os funcionários trabalham remotamente. 

De fato, a LGPD merece a atenção do RH e outros setores, e deve ser um critério importante para a implementação de voos modelos de trabalho.

O que diz a legislação trabalhista sobre os nômades digitais?

Essa nova forma de trabalho traz consigo algumas questões legais que precisam ser observadas pelas empresas para evitar qualquer risco trabalhista.

Em relação à legislação trabalhista brasileira, a Lei 14.442/2022, que trata do trabalho remoto, é uma das principais normas que servem também para os nômades digitais. 

De acordo com a lei, quando um profissional tem vínculo com uma empresa brasileira, seus direitos trabalhistas e previdenciários seguem assegurados no Brasil, mesmo que ele esteja em outro país. 

Ou seja: a lei existente no país onde a contratação aconteceu é a que vale, não a do lugar onde o serviço será prestado por escolha do profissional.

Mas é válido ressaltar que, para permitir que seus colaboradores trabalhem remotamente, a empresa deve estabelecer um contrato que apresente todas as especificações necessárias para garantir a segurança jurídica dessa relação e evitar qualquer tipo de problema.

Outro ponto importante a ser considerado é que a empresa pode exigir o comparecimento presencial do colaborador à empresa para realizar tarefas quando necessário, mesmo que ele esteja em outro país. 

Isso reforça, mais uma vez, a importância de documentar todas as regras em contrato para evitar possíveis conflitos. 

Qual é o papel do RH na adaptação das empresas?

O papel do RH é crucial na adaptação da empresa ao nomadismo digital. Entre as responsabilidades do RH estão:

• a garantia de que os funcionários remotos sejam integrados à equipe; 
• a criação de treinamentos, workshops e outros mecanismos que ajudem todos os colaboradores a se adaptar;
• a certificação de que os colaboradores têm acesso às ferramentas e tecnologias necessárias para desempenhar seu trabalho;
• o incentivo às boas práticas de comunicação assíncrona, especialmente quando os funcionários estiverem trabalhando em fuso-horários diferentes;
• a criação de políticas que sejam claras e justas para todos os funcionários, independentemente de sua localização.

Outra questão importante é a cultura da empresa. É importante que a empresa promova uma cultura inclusiva, colaborativa, que incentive a comunicação aberta e que valorize a diversidade. Isso pode ajudar a garantir que os funcionários remotos se sintam integrados à equipe e que possam contribuir de forma plena.

Além disso, o RH pode ajudar a garantir que os nômades digitais estejam em conformidade com as leis e regulamentos locais em diferentes países. Isso pode incluir a obtenção de vistos de trabalho, a conformidade com as leis tributárias locais e a conformidade com as regulamentações de segurança e privacidade de dados em diferentes países.

Em resumo, o nomadismo digital é uma tendência crescente na forma como as pessoas trabalham e vivem suas vidas. Ele oferece liberdade e flexibilidade para trabalhar em qualquer lugar do mundo e pode ser uma oportunidade para as empresas atraírem e reterem talentos globais!

Mas, para que essa estratégia seja realmente bem sucedida na organização, será necessário empreender mudanças significativas na cultura e nas práticas de trabalho das empresas, e o departamento de RH pode desempenhar um papel fundamental nesse processo de adaptação!‍

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